Aprovado projeto de monitoramento dos táxis em Porto Alegre

12/08/2013 16:03

 Conseguir um táxi em Porto Alegre têm se tornado uma tarefa complicada. Seja pela falta de veículos disponíveis na rua ou pela demora para chamar um carro por telefone, em dias de chuva ela pode se tornar uma missão quase impossível. Mas, se os planos da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) seguirem o cronograma já estipulado, até meados de 2014 a situação deve começar a mudar.
 Após a aprovação, na última segunda-feira, do projeto de lei que prevê a instalação um sistema de monitoramento via satélite, similar ao GPS, em todos os veículos da frota da Capital, a EPTC aguarda somente a sanção do prefeito para, em até 30 dias, lançar o edital de licitação. A ideia é que, em maio do próximo ano, todos os veículos já contem com a ferramenta.
 O equipamento enviará, de 30 em 30 segundos, informações para um central que será montada pela EPTC sobre a posição dos carros nas ruas e avenidas. Desta forma, a prefeitura poderá acompanhar a rota e o tempo de deslocamento do veículo 24h por dia, conferir a efetividade do serviço e realizar estudos técnicos para responder se o número de táxis é suficiente ou não para atender a demanda da cidade.
 A frota da Capital hoje conta com pouco menos de 4 mil veículos, o que representa uma média superior a 300 táxis por habitante, número considerado suficiente pela EPTC.

 Mas as constantes reclamações dos usuários geram dúvida sobre a efetividade dos veículos, e o monitoramento por GPS será fundamental para realizar este controle, afirma o diretor-presidente da empresa, Vanderlei Cappellari:
— Com esta ferramenta iremos verificar o período em que os veículos ficaram à disposição da população, e aqueles que descumprirem a lei poderão sofrer punições — garante.
 Além de permitir um maior controle do veículo por parte da prefeitura e do dono do veículo, a ferramenta ainda promete trazer outros benefícios para os taxistas e usuários, explica Cappellari.

 A nova tecnologia permitirá que os motoristas utilizem de cartões de crédito e débito na cobrança das corridas e contarão com um mecanismo extra de segurança — o "botão Pânico", que, ao ser acionado, avisará a central da EPTC em caso de acidente, assalto ou roubo.
— Com a possibilidade de o passageiro pagar com cartão, o número de dinheiro em espécie será menor dentro dos carros, e o risco de assalto também diminui— destaca Cappellari.
 Já os passageiros que sofrerem qualquer inconveniente ou esquecerem algum pertence no veículo poderão solicitar à central de monitoramento que identifique o carro somente com algumas informações, como o local e horário em que esteve no táxi.
 O presidente da Associação dos Permissionários de Táxi de Porto Alegre (Aspertáxi), Walter Luiz Rodrigues Barcellos, afirma que a categoria vê com bons olhos a implantação do sistema, pois aumentará a segurança dos motoristas e garantirá um maior controle dos trajetos dos veículos.

CUSTO
 Instituída a lei, os taxistas serão obrigados a adotar a nova tecnologia. Quem paga?
 A EPTC e a prefeitura sugerem alternativas para dividir os gastos entre empresa fornecedoras dos sistemas e os taxistas. Uma das ideias é trocar os equipamentos e sistemas por publicidade eletrônica nos táxis.
“(...) tencionamos que o Projeto de Lei em apreço expressamente preveja a possibilidade da SMT e da EPTC estabelecerem, no edital de seleção da empresa operadora do serviço de monitoramento, critério de julgamento que resulte na diminuição ou isenção, aos permissionários e aos órgãos gestores, dos custos de aquisição e manutenção dos equipamentos e de transmissão e recebimento dos dados, mediante autorização de veiculação de publicidade eletrônica interna nos prefixos pela licitante vencedora do certame”, explica comunicado da assessoria de imprensa da câmara.